Não, eu não posso...
Não devo ousar cometer o mesmo erro,
Ainda tenho as marcas do pecado cicatrizando em mim.
Se eu nunca me perdoei
Por agir tão cruelmente comigo,
E por entregar-me tão indefesa ao inimigo,
Porque voltar assim?
Ao fim.
E transformá-lo em mais um começo...
Depois de tanto lutar
Será que eu realmente mereço
Perder?
E as dores no peito,
Os devaneios,
A loucura.
Foi tanta tortura pra eu esquecer?
(Tão rápido...)
Ah, eu lembro,
E dói muito lembrar...
Você está cansado de saber
Do meu pesar.
E se eu rimei, foi sem querer.
Pois o lamento se faz poesia só.
Mas você está surdo
Aos meus pedidos de distância.
Eu imploro, você ignora.
Se aproxima,
Nesta seqüência
E quem disse que eu vou resistir?
Que eu sei resistir... ?
Ainda sobrou perfume seu na minha memória.
Litros.
Litros de você.
Coisas boas e ruins
Não da pra evitar reconhecer
Que você ainda vive em mim.
Eu não nego.
(Eu não sei e nem preciso negar.)
O que você tem a perder é nada.
Eu? Eu mudei.
Ganhei experiência
Você é o mesmo e isso faz toda a diferença.
Creio que pôde notar.
Então, se é pra arriscar,
Que esqueçamos o ontem,
Vamos recomeçar.
Ou deixar só o hoje como um belo ponto final.
Dos que não doerão ao lembrar.
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